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Esquema PCC - Investigação revela como era esquema do porto até Primavera do Leste

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    elnewspva
  • há 23 minutos
  • 2 min de leitura

Cargas importadas para indústrias químicas eram desviadas para postos adulterados em São Paulo

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A apreensão de um caminhão-pipa carregado de metanol em Guarulhos, em maio de 2023, desencadeou uma das maiores operações já realizadas contra o crime organizado no Brasil. A investigação revelou um esquema bilionário do Primeiro Comando da Capital (PCC), que utilizava terminais portuários, empresas de fachada em Mato Grosso e uma rede financeira paralela para adulterar combustíveis e lavar dinheiro em larga escala.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, o metanol chegava pelo porto de Paranaguá (PR) e era descarregado no terminal da Cattalini, apontada como peça central na logística. Documentos fiscais indicavam que a carga tinha como destino indústrias químicas em cidades de Mato Grosso e Goiás, mas os caminhões desviavam o produto para a Grande São Paulo, onde abasteciam postos ligados a grupos criminosos.

Interceptações da Operação Boyle mostraram motoristas usando tickets de pesagem falsos para retirar o metanol do terminal e simular entregas em Mato Grosso. Em pelo menos um caso, o produto registrado como destinado à empresa Mannabio, em Primavera do Leste, acabou descarregado em um posto de combustíveis no centro de São Paulo.

Relatórios da Agência Nacional do Petróleo apontaram que, em alguns postos, até 50% da gasolina continha metanol — nível cem vezes acima do limite legal de 0,5%. Além de gerar prejuízos bilionários aos cofres públicos, a fraude expunha a população a riscos de saúde e danos ambientais.

A investigação também descobriu que o esquema era sustentado por uma engrenagem financeira sofisticada. Uma fintech apelidada de “banco paralelo” movimentou mais de R$ 46 bilhões em transações suspeitas, enquanto cerca de 40 fundos de investimento foram usados para ocultar bens e valores. O Ministério Público estima que, entre 2020 e 2024, mais de mil postos de combustíveis tenham sido abastecidos por essa rede ilegal, movimentando cerca de R$ 52 bilhões.

Os principais alvos da operação são empresários do setor químico e financeiro, além de dirigentes da fintech Bankrow e da BK, instituição de pagamentos identificada como núcleo na lavagem de recursos. A Justiça determinou bloqueio de bens, imóveis, obras de arte e veículos de luxo, para garantir reparação aos consumidores e ao Estado.

Apesar da gravidade das acusações, a Cattalini afirmou em nota que colabora com as autoridades e que sua atuação se limita à armazenagem e expedição de granéis líquidos. As investigações continuam em sigilo, e novas fases da operação devem atingir empresas e postos que, em Mato Grosso, figuraram como destino formal das cargas desviadas.




Fonte: ROJANE MARTA / VG NOTÍCIAS

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