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Ely Leal

‘Mercadante quer reproduzir o passado’, diz ex-presidente do BNDES

Segundo o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, banco estatal precisa investir onde há demanda

O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que presidiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e foi ministro das Comunicações no governo de Fernando Henrique Cardoso, criticou a forma como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o novo presidente do banco, Aloizio Mercadante, pretendem conduzir a política de desenvolvimento da estatal.

Em entrevista ao jornal O Globo, Barros disse que Mercadante e Lula estão focados no passado. “O que parece é que o Mercadante quer reproduzir o passado. Na cabeça do Lula, existe um BNDES velho. São novos tempos, e o banco precisa refletir isso”, declarou, ao ser questionado sobre as propostas de Mercadante para o banco, no discurso de posse, na segunda-feira 6.

“ O banco tem um papel de desenvolvimento do país. Mas precisa ser moderno. Focar naquilo em que há demanda. Não adianta dizer que precisa promover a reindustrialização. Hoje a indústria representa pouco mais de 10% do PIB no Brasil e no mundo. O setor de serviços domina. Mas o banco precisa ter uma visão mais nova”, declarou para O Globo.

Além da industrialização, Mercadante, acompanhando declarações anteriores de Lula, disse que o banco deve investir no desenvolvimento regional, em referência a projetos em países da América Latina, como Lula e a ex-presidente petista Dilma Rousseff fizeram em governos anteriores. Até 2016, US$ 11 bilhões foram investidos em obras em outros países, sendo a maior parte nos governos Lula e Dilma e em países governados pela esquerda.

Sobre as obras no exterior, Barros disse que o metrô de Caracas, na Venezuela, e do Porto Mariel, em Cuba, ficaram paradas na gestão FH por oito anos.” O motivo é: não havia crédito, e a operação nunca foi aprovada pelo corpo técnico É preciso definir a capacidade de crédito do banco”, afirmou. Essas obras foram financiadas pelo BNDES nos governos petistas, e as ditaduras comunistas deram calote no Brasil.

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