"Guilhotina" para filha de 5 anos de Roberto Justus partiu de ex-secretário de Lula, que agora se desculpa

Professor aposentado causa revolta ao incitar violência contra família de empresário; Universidade Federal do Rio de Janeiro tenta se afastar do caso

Uma simples postagem nas redes sociais, em que a influenciadora Ana Paula Siebert exibe a filha Vicky Justus, de 5 anos, com uma bolsa de grife supostamente avaliada em R$ 14 mil, deu origem a uma onda de comentários violentos. A peça de luxo, usada pela menina para combinar com a da mãe, virou alvo de críticas na internet. No entanto, uma reação em particular chamou atenção pela agressividade e pelo viés ideológico.

Marcos Dantas, professor aposentado da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ) e ex-secretário do Ministério da Educação e Cultura (MEC) durante o primeiro mandato do presidente Lula da Silva, publicou que a única solução diante da cena seria “só guilhotina”. Ele teria feito alusão à execução de ricos e burgueses durante a Revolução Francesa. No final da tarde desta segunda-feira, 7, o autor dos ataques, provavelmente orientado por advogados, postou uma carta pedindo desculpas.

Justus: culpado por ser bem-sucedido

Dantas diz que não teve a intenção de ameaçar a família de Justus. A fala do ex-integrante do governo petista evidenciou, contudo, a hostilidade de segmentos da esquerda em relação a famílias bem-sucedidas economicamente. Em vez de uma crítica política, a reação adotou uma linguagem que flerta com a violência contra os empresários e reforça o discurso de que riqueza e ostentação merecem punição. 

Em seu perfil no Twitter/X, o professor, aliás, destaca vários artigos que criticam o capitalismo. O comentário gerou indignação entre apoiadores da família Justus e nas redes sociais em geral, que interpretaram a publicação como um ataque à liberdade individual e uma tentativa de criminalizar o sucesso.

Universidade se isenta e lembra que docente está aposentado

Em nota, a Universidade Federal do Rio de Janeiro esclareceu que Marcos Dantas está aposentado desde 2022. Esclareceu do mesmo modo que suas manifestações são de cunho pessoal, sem qualquer vínculo institucional. A UFRJ reforçou que repudia qualquer tipo de incitação à violência, ainda que o ex-secretário continue se apresentando como professor titular da instituição.