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Produtores de Primavera não querem PCHs nos rios da Mortes e Cumbuco por risco de desabastecimento da cidade e comprometimento do agronegócio

  • Foto do escritor: elnewspva
    elnewspva
  • 19 de set.
  • 3 min de leitura

Entidade Sindical comprova risco de desabastecimento hídrico e aponta falhas técnicas e jurídicas nos estudos ambientais das usinas

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O Sindicato dos Produtores Rurais de Primavera do Leste protocolou, junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema), um requerimento administrativo solicitando a suspensão dos processos de licenciamento de quatro Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) previstas para a região - nomeadas: Entre Rios, Cumbuco, Geóloga Lucimar Gomes e Vila União - além da linha de transmissão (LT) associada. A Sema negou o pedido, afirmando que  analisou os Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental e deferiu as licenças prévias referentes as PCHs.

De acordo com o relatório técnico elaborado pelo Sindicato Rural, os empreendimentos podem trazer riscos diretos para atividades agrícolas, pecuárias e de piscicultura, além de afetar captações e pivôs de irrigação nos rios das Mortes e Cumbuco.

O documento também destaca a possibilidade de comprometimento do abastecimento público municipal, uma vez que os estudos de impacto ambiental, feitos pela SEMA, não teriam considerado adequadamente o histórico de escassez hídrica da região.

Entre as irregularidades apontadas estão a ausência de inventário florestal e de marcos planialtimétricos (pontos de referência em um terreno) que delimitam as áreas a serem alagadas, bem como a falta de avaliação integrada dos impactos cumulativos das quatro usinas e da linha de transmissão.

O sindicato afirma que essas lacunas dificultam a compreensão pública dos impactos e ferem os princípios da prevenção e da precaução previstos na legislação ambiental.

As inconformidades constatadas foram agrupadas no relatório por categorias temáticas, sendo elas:

  • Pendências Documentais;

  • Atualizações Complementares;

  • Órgãos Intervenientes (Externos e Internos);

  • Fundamentação Jurídica Aplicável aos Órgãos Intervenientes (Funai e SURH/Sema);

  • Estudos Complementares de Fauna;

  • Mapas e Plantas;

  • Regime Hidrológico e Alternativas Técnicas;

  • Análise de Risco;

  • Notas Gerais;

  • Demais Inconformidades;

  • Fundamentação Jurídica Aplicável às Inconformidades


Moradores de Primavera correm risco

O relatório ainda cita que a Prefeitura de Primavera do Leste estuda a possibilidade de captação de água nos rios Cumbuco e das Mortes para o abastecimento urbano, o que reforça a preocupação com um eventual desabastecimento. Essa informação, segundo o sindicato, não foi considerada nos Estudos de Impacto Ambiental apresentados.

“A administração Municipal informou a intenção de desenvolver estudos para futura captação de água no Rio Cumbuco e/ou no Rio das Mortes, com vistas ao abastecimento público urbano, diante do histórico de escassez hídrica e risco de desabastecimento. Essa informação, de alta relevância técnica e jurídica, não foi considerada nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) das PCHs nem no Relatório Ambiental Simplificado (RAS) da Linha de Transmissão, configurando omissão grave na avaliação dos usos concorrentes da água (art. 11 da Lei nº 9.433/1997)”, aponta o sindicato.

Diante desse cenário, a entidade solicita medidas cautelares, como: a suspensão imediata dos processos até que as pendências técnicas e jurídicas sejam sanadas; a realização de um estudo hidrológico consolidado; a reapresentação de EIA conjunto para os empreendimentos; a manifestação formal da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a consulta prévia prevista na Convenção 169 da OIT.

O pedido é assinado pelo presidente do sindicato, Marcos Roberto Bravin, que reforça a necessidade de retirar o tema da pauta do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) até que os pontos levantados sejam analisados. 

“Nestes termos, com fundamento nos dispositivos legais e regulamentares citados, requer-se o imediato acolhimento das medidas administrativas acautelatórias acima, sob pena de nulidade dos atos praticados em desconformidade e de responsabilização por eventual dano socioambiental”, diz trecho do requerimento. 


SEMA não acredita e confirma licenças

Muito embora o estudo apresentado pelo Sindicato dos Produtores Rurais é um elaborado estudo de quem conhece a região a fundo, a assessoria da Sema que respondeu por meio de nota, afirmando que não acolheu o requerimento apresentado pelo Sindicato Rural, explicando que já havia emitido pareceres técnicos com deferimento das licenças prévias referentes as PCHs após a análise dos Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).

SEMA não contra-argumenta objetivamente os pontos levantados nos estudos que buscam a suspensão das licenças.

A Sema destacou ainda que as Licenças Prévias (LPs) das PCHs Vila União e Entre Rios já foram, inclusive, referendadas pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) e que os pareceres técnicos das PCHs Geóloga Lucimar Gomes e Cumbuco aguardam a apreciação do Consema.




Redação c/ RDNews/AssessoriaSema

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