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Embaixador reconhece que Itália não pode fazer operação policial para prender Carla Zambelli

  • Foto do escritor: Ely Leal
    Ely Leal
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura

A parlamentar deixou o Brasil dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) condená-la a dez anos e oito meses de prisão

O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, reconhece que a polícia italiana pode enfrentar dificuldades para prender a deputada federal afastada Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar deixou o Brasil dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) condená-la a dez anos e oito meses de prisão. A condenação é por uma suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Inicialmente, ela viajou para os Estados Unidos e, em seguida, para a Itália. Lá, Zambelli entrou no país com seu passaporte de dupla cidadania. Isso aconteceu horas antes de a Polícia Federal brasileira solicitar à Interpol a inclusão de seu nome na chamada “difusão vermelha”. Entretanto, o nome de Carla Zambelli ainda não aparece na lista pública da Interpol.

Mosca, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada nesta terça-feira, 10, explicou a situação.

“Mesmo que haja o conhecimento de que ela estaria em determinado local, dentro de uma casa, não há mandado de busca”, disse o embaixador. “A polícia [italiana] não pode entrar dentro de uma casa para retirá-la e prendê-la. Ela terá de ser presa no momento em que estiver em local público. Isso dificulta a situação, mas não há outro caminho.”


O paradeiro de Carla Zambelli e o processo de extradição

Renato Mosca afirma que não há informações sobre o paradeiro da deputada na Itália. Ele esclarece que Zambelli entrou no país antes que o pedido da PF à Interpol se efetivasse. Esse fato, segundo ele, permitiu que Carla Zambelli não tivesse nenhum impedimento para passar pelos controles migratórios do Aeroporto Internacional de Roma.

As autoridades brasileiras mantêm contato com as italianas por meio de um adido da Polícia Federal. A própria representação diplomática no país também dialoga com os ministérios das Relações Exteriores e do Interior. O embaixador ressalta que o processo de extradição só pode ser iniciado com a detenção da deputada. Mosca enfatiza que Carla Zambelli não pode se considerar “intocável” por possuir cidadania italiana.

Mosca destaca a existência de 14 processos de extradição em andamento na Itália desde 2024. Quatro desses processos envolvem indivíduos com dupla nacionalidade.

“Temos 14 processos de extradição em tramitação na Itália desde 2024, quatro são indivíduos de dupla nacionalidade. Neste ano já tivemos a extradição de um ítalo-brasileiro”, destacou Mosca. “A cidadania italiana não torna intocáveis as pessoas em dívida com a Justiça.”

A Constituição italiana permite a extradição de cidadãos quando há uma previsão expressa em convenções internacionais. Um exemplo é o acordo bilateral entre Brasil e Itália, em vigor desde a década de 1990.

“Há uma série de elementos que contribuem para que esse caso da deputada tenha um desfecho favorável”, disse. “Não ao Brasil ou à Itália, mas à Justiça.”

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