A Câmara sai do armário. O MDB está em processo de extinção e a política dos amadores

A Câmara tem seus interesses próprios, inclusive a base aliada, independente da gestão, que por seu lado fornece as armas para o auto fragelo e a oposição segue um líder decadente e volúvel

Ely Leal

Se tem uma coisa que o Poder Legislativo de Primavera faz há muitos anos é a autoproteção. O espírito de corpo. Se o relatório da Verba Indenizatória não precisa de notas fiscais para justificar ações ridículas de um, também não precisa para outro. E eles se protegem.

Na campanha eleitoral, os maiores ataques contra o então candidato Sérgio Machnic, eram feitos por algumas pessoas conhecidas na cidade, nomes como Douglas, Jandir e outros, não apenas defendiam seu então candidato, Ademir de Góes, mas eram arautos em qualificar Machnic como “Receptador” de coisa roubada. Aliás, tentaram, insistentemente qualifica-lo como envolvido em crime de roubo.

Não poucas vezes, estes, qualificavam apoiadores do candidato do PL como cúmplices do crime de “receptação”.

Após a vitória esmagadora de Machnic nas urnas, o silêncio foi emblemático destes arautos.

Para surpresa de muitos, nos primeiros dias de gestão, Douglas, Jandir e outros, eram nomeados em cargos comissionados e de confiança na gestão Machnic.

Ninguém entendeu nada.

Há poucos dias, durante uma reunião do partido PSDB (Há décadas ex partido de Sérgio Machnic que saiu dele praticamente as vésperas das eleições), realizado em um gabinete na Câmara Municipal, todos os membros testemunharam.

O vereador Marcondes Martignago, filiado ao PSDB, ex-partido de Machnic, vereador com ligações parentais com Prefeito Municipal e ocupante de uma das vice-presidências da Câmara, assumiu perante todos, que sim; Era ele o responsável por Douglas, Jandir e outros estarem nomeados na Prefeitura. Ele era o mentor da proteção daqueles que mais atacaram o candidato Sérgio, estejam hoje, em cargos de confiança, com altíssimos salários e confortáveis, rindo e zombando dos apoiadores de Sérgio Machnic, que ficaram de fora do butim festivo da nova gestão.

Esta é a ponta do “Iceberg” do relacionamento que um Prefeito que esteve longe da política por mais de 20 anos, tem com o poder legislativo, cuja traição do acordão feito para eleger Marco Aurélio para Presidente do poder é tão certo quando o nascer do sol após uma noite escura. Não se trata se haverá ou não o esfacelamento do grupo. Trata-se apenas de quando isso vai acontecer.

E já começou.

Dois dos maiores representante do estilo Léo “Torquemada” de administrar, Sérgio Crocodilo (representante do relacionamento não republicano da interligação entre executivo e legislativo) bem como Eraldo Fortes (pináculo do relacionamento promíscuo entre a utilização de cargos público para fins eleitorais) são os “cabeça-de-ponte” da oposição oportunista, politiqueira e suja. Atacam a tudo e a todos para se dar bem perante os eleitores.

Somente os incautos ou os desonestos intelectualmente acreditam que o Presidente da Câmara, Marco Aurélio, ao ter franquiada a palavra na cerimônia de Instalação da Comissão do PCCS dos servidores, passou a palavra para Eraldo Fortes, por mera cordialidade.

Errado.

Foi combinado. De propósito. Maquinado. Marco Aurélio o fez, para ajudar Eraldo na tentativa de constranger o Prefeito Sérgio durante o evento, que poderá ser a mais importante ação política de uma gestão municipal perante os servidores público, grupo que é peso-pesado no período eleitoral por ter mais de 2.800 colaboradores, sem contar familiares.

Um poderoso argumento, que a oposição não poderia deixar passar em branco sem que o constrangimento fosse provocado, para ser usado em campanha contra o próprio Sérgio.

Por menor que pareça, são atos que emulam o propósito de existir da oposição ao Sérgio Machnic no Legislativo. Eleger o ex-prefeito Léo “Torquemada” como deputado estadual daqui um ano e meio.

Dos cargos protegidos pelo vereador Marcondes Martignago, a atuação de Sérgio Crocodilo, Marco Aurélio, Vado (?) e Eraldo, nada é desconexo ou por acaso. Nada é coincidência. São peças do mesmo xadrez 3D para cumprir seu papel na hora certa. Uns agora. Outros daqui a pouco.

Se a articulação atual de legislativo e executivo, anda por esta perna, não menos problemático vive o próprio ex-gestor Léo Torquemada.

Fidelizando seu grupo, encastelou na Câmara, os cargos e nomes que mais lhe afeiçoam. Os que lá não estão, estão na AMM, usada como trampolim no seu projeto.

Mas Léo “Torquemada”, deu um tiro no pé, politicamente falando. Colocou na Presidência do seu MDB um nome como Elton Baraldi, vulgo Nhonho.

Sendo o único vereador da história em Primavera a ter assinado um acordo de não persecução civil com o Ministério Público, após investigação do Gaeco, onde reconheceu suas ações deletérias, pagou pesada multa e sem acesso a nenhum contrato com o poder executivo (ao menos oficialmente, porque extra oficialmente é outra história), Nhonho é um pária político que está provocando uma debandada do MDB e de apoiadores.

O MDB, do Léo, tem na sua presidência um nome que qualificou a direção do Sindicato Rural de Primavera do Leste como “putas”, quando era vereador.

Somado ao fato inconteste que como gestor, nos últimos anos, Léo tratava seus colaboradores aos gritos e xingamentos, o MDB hoje na cidade vê Sindicato Rural, regatear no apoio, vê a Igreja Assembleia de Deus Madureira regatear no apoio e vê sobretudo o setor do Agro reticente, a candidatura de Léo elevou, e muito, o potencial de fracasso na corrida eleitoral de 2026 na cidade.

Mas Léo “Torquemada” é “garoto ixpertu”. Mais uma vez vai lançar mão de sua amizade com a deputada Janaina Riva, maior liderança do MDB no estado, para tentar uma tábua de salvação. Já usou isso na eleição para a AMM e agora pode virar Presidente do MDB no estado. Carlos Bezerra não aprova nada disso. Nem os “históricos”. Nem os correligionários sem cargo.

É da ignorância de todos os motivos que levam Janaina Riva a acreditar num alpinista político como Léo Bortolin, que a traiu vergonhosamente nas eleições de 2018 e que nas eleições de 2022, lhe cobrou uma fortuna para um resultado pífio nas urnas. Coisas da política. Mas o certo é que fora Janaína, Léo faz a politica da “terra arrasada” por onde passa. E Janina corre o risco com ele na Presidência do MDB. Ademir que o diga!

De toda sorte, é assim que caminha a politica em Primavera. Da mixórdia política tramada nos gabinetes e bastidores com aparência de sorrisos e tapinha nas costas. Até que a realidade das urnas, numa eleição, dá-lhes um tapa na cara. E troca 80% do Legislativo e “O mais querido” não faz sequer o sucessor. Amadores.

ELY LEAL - Jornalista, radialista e especialista em marketing eleitoral e de mandato com formação no Instituto Carlos Manhanelli e Marco Item, atua há 47 anos com comunicação e há 21 anos em Primavera do Leste. Editor Chefe do Grupo ELNews/TV Esporte PVA