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Ely Leal

PT no Poder - Fávaro defende ida dos irmãos JBS a China com ex presidiário

Ministro de Mato Grosso e Senador afastado é petista, defendo as pautas do ex presidiário e apoia corruptos

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu neste domingo, 26, a ida à China dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Ambos são executivos da J&F, controladora da JBS — maior produtora de proteína animal do mundo sempre envolvidos em corrupção e atos corruptos.

“Tem de reconhecer que é a maior empresa de carnes do mundo”, afirmou o ministro, em conversa com jornalistas na Embaixada do Brasil em Pequim. “É uma empresa que gera muitos empregos, muitas oportunidades ao cidadão brasileiro.”

Ao ser interpelado sobre a presença dos irmãos Batista na comitiva do governo, mesmo que ambos já tenham sido presos no passado, Fávaro respondeu que o Brasil precisa “olhar para a frente”. “Se alguém deve alguma coisa, que pague pelo que deve”, observou. “Agora, tem de olhar para a frente. Olhar centenas de milhares de brasileiros que têm seu trabalho garantido.”


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Os irmãos são donos do frigorífico JBS, o maior exportador de proteína animal do mundo. Há alguns anos, a empresa se tornou alvo de várias investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MP), como a Operação Greenfield, a Operação Lava Jato e a Operação Cui Bono. Na época em que firmaram um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), os irmãos filmaram o então presidente do Brasil, Michel Temer (MDB), os aconselhando a manter boas relações com o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB).

Joesley e Wesley também entregaram à PGR gravações em que o ex-senador Aécio Neves (PSDB) e a irmã, Andreia Neves, supostamente negociaram a quantia de R$ 2 milhões para o pagamento de advogados.


Quem paga a conta?


Apesar de o ex presidiário não participar da visita a Pequim, os empresários brasileiros que faziam parte da comitiva seguiram no país asiático. Motivo: a China é o principal mercado do grupo J&F. As empresas do conglomerado exportam carne, celulose, minério de ferro e manganês aos chineses.

No sábado 25, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que teria de adiar a viagem à China. A nova data para a ida do petista à Ásia está em negociação entre as autoridades chinesas e as brasileiras. Ainda não há um dia definido.

Pelo menos três sindicalistas embarcaram na comitiva presidencial que viajou à China. Lula convidou Miguel Torres, presidente da Força Sindical, e Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Ambos aceitaram o convite. Também estão na lista João Pedro Stedile e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges Júnior.

As centrais solicitaram ao governo que participassem da missão. Segundo Nobre, os investimentos chineses “são muito bem-vindos”. Mas é preciso passar o recado de que é necessário respeitar as legislações trabalhista e ambiental. “Vamos lá para deixar claro que aqui tem sindicato”, afirmou.

O governo ainda não informou quem vai pagar as despesas com a viagem dos sindicalistas. Em entrevista à CNN Brasil, o presidente da CUT disse que não sabe. “Isso está sendo resolvido pela minha secretária junto com o governo”, disse. “Melhor perguntar para o governo.”


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