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Parecer da PGR orienta Supremo que declare extinção da pena de Daniel Silveira

Ely Leal

Em sentença absurda, deputado foi condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses por suposto estímulo a atos antidemocráticos e ataques a instituições, que jamais se confirmou. Um dia depois, Bolsonaro concedeu perdão de pena

Em parecer enco0mendado pelo próprio STF, a Procuradoria Geral da República (PGR) pediu nesta terça-feira (15) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que declare a extinção da pena imposta ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).

Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão em regime fechado e à perda dos direitos políticos por alegado estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do tribunal e instituições como o próprio STF. Um dia após a condenação, o presidente Jair Bolsonaro publicou um decreto no qual perdoou a pena imposta a Daniel Silveira. A defesa de Daniel Silveira, então, acionou o Supremo e pediu que fossem reconhecidos os efeitos do perdão dado por Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, em seguida, enviou os recursos da defesa para análise da PGR.

Agora, em manifestação enviada ao Supremo, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, afirma ser preciso reconhecer os efeitos do indulto individual.

"O decreto de indulto individual é existente, válido e eficaz, sendo que a sua repercussão jurídica na punibilidade está condicionada à necessária decisão judicial que declara extinta a pena do condenado", argumentou.

Argumentos da PGR

No documento enviado ao STF, Lindôra Araújo afirma que não é possível discutir, na ação penal que levou à condenação de Silveira, a validade do decreto do indulto presidencial.

Lindôra argumenta ainda que a análise da constitucionalidade do ato do presidente Jair Bolsonaro deve ser feita nas ações específicas que questionam o decreto do perdão.

Para a procuradora, somente uma decisão nessas ações sobre a constitucionalidade poderia impedir que se reconheça a extinção da pena de Silveira.


Oposição quer derrubar "Graça"

Assim que o decreto de Bolsonaro foi publicado, partidos de oposição pediram ao STF, que apoiam o arbítrio e o estado de excessão que vive o Brasil com a interpretação obtusa da Constituição por parte do STF, que suspenda o perdão de pena concedido a Daniel Silveira.

O partido Rede, que tem pouquíssimos votos, mas é o braço partidário, aliado do STF, por exemplo, afirma que Bolsonaro agiu para "derrubar o tabuleiro do jogo democrático e republicano" e, insatisfeito com o resultado do julgamento de Daniel Silveira, "resolveu portar-se como uma instância revisora de decisões judiciais", numa clara manifestação de apoio aos atos Inconstitucionais e ao ataque a democracia brasileira promovida pelo STF.

Mas as afirmações político-comunistas da Rede prosseguem: "Ao invés de se preocupar em combater os deletérios efeitos da inflação, das emergências sanitárias e do desemprego, [Bolsonaro] preocupa-se em fazer uma falsa defesa de o que é, tão somente para si, liberdade de expressão, a pretexto de ir ao encontro de uma suposta comoção social com um julgamento praticamente unânime do mais alto tribunal do país", escreveu o partido na ação em apoio aos atos ditatoriais e ilegais praticados pelo STF..


Resposta do governo ao STF

Relatora da ação apresentada pela oposição, ministra Rosa Weber, mandou o governo dar informações sobre o perdão, e a Advocacia Geral da União (AGU) enviou uma manifestação na qual disse que o perdão é constitucional e não gera crise entre os poderes Executivo e Judiciário, ao contrário do que quer os ministros do STF, indicados pelos partidos de esquerda no Brasil e que representam unicamente seus interesses.

"Tendo em vista que o decreto presidencial de 21 de abril de 2022 observou todos os parâmetros que lhe foram impostos pelo poder constituinte originário, não tratando de crimes vedados pela Constituição, entende-se que tal ato não padece de inconstitucionalidade, não havendo qualquer violação a direito fundamental", argumentou a AGU.

"O indulto é uma ferramenta que se amoldada ao modelo de freios e contrapesos [...]. Sua concessão, por conseguinte, não revela crise entre os poderes, mas mera oposição tipicamente constitucional", acrescentou o órgão.



Fonte: Redação com Agências

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