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Ely Leal

Justiça mantém prisão de empresário suspeito de liderar esquema de fraude e desvio de recursos em Barão e mais de 100 cidades

Outras seis pessoas presas que estariam ligadas ao esquema foram soltas

A Justiça de Mato Grosso manteve a prisão de Edézio Corrêa, suspeito de liderar um esquema de fraude de licitações e desvio de recursos em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá. Ele foi preso no dia 7 deste mês, durante a Operação Gomorra, que cumpriu outros 5 mandados de prisão contra servidores.

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) apresentou um organograma com os seis presos, mostrando como funcionava o esquema. De acordo com o MP, esse mesmo grupo tem contratos, que agora são investigados, com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais .

No documento apresentado pelo MP, em conjunto com a Polícia Civil, é possível identificar que Edézio Corrêa, líder do grupo, contava com a ajuda e apoio da companheira: Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, dos sobrinhos: Roger Corrêa da Silva, Waldemar Gil Corrêa Barros e Jânio Corrêa da Silva, da irmã: Eleide Maria Correa, e da sócia: Karoline Quatti Moura. Todos foram soltos. (veja acima a ligação entre eles).

Para viabilizar o esquema, quatro empresas foram criadas com o objetivo de firmar contratos fraudulentos com as prefeituras e câmaras municipais. Cada integrante da organização ficou responsável pela administração de uma dessas empresas, garantindo o funcionamento do esquema e a manipulação dos processos licitatórios.

O que cada integrante fazia:


  1. Tayla: sócia da Pontual Comércio e Serviços de Terceirizações LTDA;

  2. Roger: sócio da Pantanal Gestão e Tecnologia LTDA;

  3. Eleide: sócia da Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática LTDA e foi sócia da Centro América Frotas LTDA de janeiro a março de 2020;

  4. Waldemar: foi sócio da Saga Comércio de 2017 a 2020;

  5. Jânio: sócio ativo da Centro América desde 2007

  6. Karoline: proprietária da Karoline Quatti Moura e PP


Modus operandi

De acordo com o MP, Karoline fazia movimentações desde o ano de 2019 e, até 2020, movimentou mais de R$ 8,3 milhões para a Saga Comércio, durante esse período.

Além disso, a investigação constatou que o esquema de fraude consistia em manipular processos licitatórios para garantir contratos fraudulentos entre a administração pública e empresas de fachada.

O modus operandi envolvia a participação ativa de prefeitos, que, como ordenadores de despesa, facilitavam a fraude e garantiam a continuidade do esquema, mesmo após a prisão de alguns dos investigados. Até o momento, não foi divulgado o nome de prefeitos ou vereadores envolvidos na organização criminosa.

As investigações também revelaram que o grupo atuava principalmente em prefeituras do interior de Mato Grosso, sendo o município de Barão de Melgaço, um dos principais alvos das fraudes.

Empresas envolvidas

A investigação identificou quatro empresas que, embora legalmente registradas, eram utilizadas de maneira indevida para viabilizar as fraudes. No caso específico de Barão de Melgaço, o esquema se tornava ainda mais evidente, com as empresas sendo contratadas para fornecer serviços e produtos que, na prática, nunca eram entregues, ou eram entregues de forma inadequada e superfaturada.

Diante às fraudes, o Ministério Público solicitou à Justiça uma série de medidas cautelares para impedir que o grupo siga atuando. Entre as medidas requeridas, estão a suspensão das atividades econômicas das empresas envolvidas no esquema e o afastamento do sigilo de dados eletrônicos.

Além disso, o MP e a Polícia Civil também solicitaram a busca e apreensão de computadores, notebooks, celulares e documentos nos endereços residenciais e profissionais dos investigados, para coletar mais provas que possam esclarecer o papel de cada envolvido e detalhar a atuação do grupo criminoso.


Investigação

Durante a investigação, foi constatado que outras empresas que participaram desses processos tinham sócios pertencentes à mesma família do proprietário da empresa. Além disso, algumas dessas empresas nem sequer estavam em operação.

A investigação também revelou que o sócio oculto das empresas investigadas seria Edézio Corrêa, que já havia sido denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) na Operação Sodoma, onde foi apurado um esquema de pagamento de propina na gestão do ex-governador Silval Barbosa.

A análise dos contratos, segundo o Naco, também evidenciou discrepâncias significativas nos valores de contratações semelhantes. Em um dos casos, foi identificado um aumento superior a R$ 9 milhões nas contratações realizadas nos anos de 2021 e 2022.



MUNICÍPIOS E VALORES DOS CONTRATOS EM INVESTIGAÇÃO

MUNICÍPIOS

VALORES

Prefeitura Municipal de Colniza

R$ 20,3 milhões

Prefeitura Municipal de Peixoto de Azevedo

R$ 17,1 milhões

Prefeitura Municipal de Diamantino

R$ 16,7 milhões

Prefeitura Municipal de Água Boa

R$ 16,6 milhões

Prefeitura Municipal de Primavera do Leste

R$ 15,9 milhões

Prefeitura Municipal de Campo Novo do Parecis

R$ 14,4 milhões

Prefeitura Municipal de Barra do Garças

R$ 13,1 milhões

Prefeitura Municipal de Chapada dos Guimarães

R$ 10,7 milhões

Prefeitura Municipal de Novo São Joaquim

R$ 10 milhões

Prefeitura Municipal de Colíder

R$ 9,5 milhões

Prefeitura Municipal de Várzea Grande

R$ 9,3 milhões

Prefeitura Municipal de Brasnorte

R$ 9,2 milhões

Prefeitura Municipal de Campinápolis

R$ 9 milhões

Prefeitura Municipal de Barra do Bugres

R$ 8,6 milhões

Prefeitura Municipal de Rosário Oeste

R$ 8,3 milhões

Prefeitura Municipal de Poxoréu

R$ 8,1 milhões

Prefeitura Municipal de Vila Rica

R$ 7,8 milhões

Prefeitura Municipal de Poconé

R$ 6,6 milhões

Prefeitura Municipal de Jaciara

R$ 6,5 milhões

Prefeitura Municipal de Confresa

R$ 6,2 milhões

Prefeitura Municipal de Querência

R$ 5,9 milhões

Prefeitura Municipal de Aripuanã

R$ 5,5 milhões

Prefeitura Municipal de Planalto da Serra

R$ 5,4 milhões

Prefeitura Municipal de Alto Garças

R$ 5,3 milhões

Prefeitura Municipal de Vila Bela Da Santíssima Trindade

R$ 5,2 milhões

Prefeitura Municipal de Ribeirão Cascalheira

R$ 5,2 milhões

Prefeitura Municipal de Jangada

R$ 4,8 milhões

Prefeitura Municipal de Nova Xavantina

R$ 4,3 milhões

Prefeitura Municipal de Guarantã Do Norte

R$ 4,1 milhões

Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Leste

R$ 4,1 milhões

Prefeitura Municipal de Alto Boa Vista

R$ 4 milhões

Prefeitura Municipal de Luciara

R$ 3,7 milhões

Prefeitura Municipal de Ipiranga do Norte

R$ 3,6 milhões

Prefeitura Municipal de Bom Jesus do Araguaia

R$ 3,6 milhões

Prefeitura Municipal de Santa Rita do Trivelato

R$ 3,4 milhões

Prefeitura Municipal de Serra Nova Dourada

R$ 3,4 milhões

Prefeitura Municipal de São Pedro da Cipa

R$ 3,3 milhões

Prefeitura Municipal de Novo Santo Antônio

R$ 3,1 milhões

Prefeitura Municipal de São José do Rio Claro

R$ 2,8 milhões

Prefeitura Municipal de Barão de Melgaço

R$ 2,8 milhões

Prefeitura Municipal de Juscimeira

R$ 2,5 milhões

Prefeitura Municipal de União do Sul

R$ 2,5 milhões

Prefeitura Municipal de Pontal do Araguaia

R$ 2,5 milhões

Prefeitura Municipal de Santa Terezinha

R$ 2,4 milhões

Prefeitura Municipal de Nobres

R$ 2,4 milhões

Prefeitura Municipal de Pedra Preta

R$ 2,1 milhões

Prefeitura Municipal de Alta Floresta

R$ 2,1 milhões

Serviço de Saneamento Ambiental de Águas do Pantanal

R$ 2 milhões

Prefeitura Municipal de Juruena

R$ 2 milhões

Prefeitura Municipal de Dom Aquino

R$ 1,7 milhões

Prefeitura Municipal de Lambari D'oeste

R$ 1,6 milhões

Prefeitura Municipal de Matupá

R$ 1,6 milhões

Prefeitura Municipal de Juara

R$ 1,5 milhões

Prefeitura Municipal de Nova Santa Helena

R$ 1,5 milhões

Prefeitura Municipal de Itaúba

R$ 1,5 milhões

Prefeitura Municipal de Nossa Senhora do Livramento

R$ 1,4 milhões

Prefeitura Municipal de Novo Mundo

R$ 1,3 milhões

Prefeitura Municipal de Figueirópolis D'oeste

R$ 1,3 milhões

Prefeitura Municipal de Juína

R$ 1,2 milhões

Câmara Municipal de Cuiabá

R$ 1,1 milhões

Prefeitura Municipal de Porto Alegre do Norte

R$ 1,1 milhões

Prefeitura Municipal de Araputanga

R$ 1,1 milhões

Prefeitura Municipal de Alto Taquari

R$ 1,1 milhões

Prefeitura Municipal de Paranatinga

R$ 1 milhão

Prefeitura Municipal de Araguainha

R$ 1 milhão

Prefeitura Municipal de Nova Ubiratã

R$ 1 milhão

Prefeitura Municipal de Conquista D’oeste

R$ 990 mil

Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Xingu

R$ 846 mil

Prefeitura Municipal de Canabrava do Norte

R$ 831 mil

Prefeitura Municipal de Cáceres

R$ 804 mil

Câmara Municipal de Rondonópolis

R$ 708 mil

Prefeitura Municipal de Santo Afonso

R$ 701 mil

Prefeitura Municipal de Porto Esperidião

R$ 648 mil

Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Chapada dos Guimarães

R$ 417 mil

Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande

R$ 374 mil

Prefeitura Municipal de Ponte Branca

R$ 315 mil

Prefeitura Municipal de Sapezal

R$ 299 mil

Prefeitura Municipal de Nova Brasilândia

R$ 295 mil

Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Leverger

R$ 159 mil

Prefeitura Municipal de São José dos Quatro Marcos

R$ 157 mil

Prefeitura Municipal de Lucas do Rio Verde

R$ 147 mil

Prefeitura Municipal de Nova Canaã do Norte

R$ 146 mil

Prefeitura Municipal de Sorriso

R$ 136 mil

Prefeitura Municipal de Itanhangá

R$ 92 mil

Prefeitura Municipal de Ribeirãozinho

R$ 89 mil

Prefeitura Municipal de Torixoréu

R$ 53 mil

Prefeitura Municipal de Pontes e Lacerda

R$ 48 mil

Prefeitura Municipal de Nova Olímpia

R$ 35 mil

Prefeitura Municipal de Itiquira

R$ 33 mil

Câmara Municipal de Nova Xavantina

R$ 29 mil

Prefeitura Municipal de Nova Mutum

R$ 21 mil

Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Nova Mutum

R$ 21 mil

Prefeitura Municipal de Campos de Júlio

R$ 20 mil

Câmara Municipal de Ipiranga do Norte

R$ 13 mil

Prefeitura Municipal de Nova Monte Verde

R$ 10 mil

Câmara Municipal de Peixoto de Azevedo

R$ 3 mil

Câmara Municipal de Poconé

R$ 1 mil





fonte: G1-MT

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