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Ely Leal

Governança de Janja, a mulher de malandro, incomoda até o PT e aliados

A mulher de malandro tem interferido na agenda de Lula, alterado a política de governo e define que o ex presidiário é governado pela mulher

O gosto por holofotes e pela sensação de ser "a estrela", e uma pessoa com perfil controladora são algumas das características da "mulher de malandro", Janja. A descrição, inclusive consta no livro Janja – A militante que se tornou primeira-dama, de Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo.

Só que o ativismo dentro do governo não tem passado despercebido, nem mesmo de aliados do ex-presidiário. As reclamações quanto ao comportamento da primeira-dama são constantes.

Na semana em que o governo acumulou derrotas na Câmara dos Deputados, Lula reuniu ministros e líderes partidários e ouviu deles que precisa se envolver pessoalmente na articulação política.

No entanto, uma das queixas mais comuns é quanto ao comportamento de Janja, conforme revelou Malu Gaspar, em O Globo, em 27 de maio. “Um dos entraves para que ele tenha um contato mais próximo com a classe política é o fato de que a primeira-dama bloqueia a agenda nos horários de almoço porque é hora de descanso.”

Segundo a coluna de Lauro Jardim, em O Globo, um ministro reclamou da falta de espaço nas agendas de Lula, principalmente no horário do almoço. “Ela monopolizou essa refeição e a faz a sós com o presidente praticamente todos os dias em que ele está em Brasília”.

Um auxiliar reclamou: “Em outros tempos, esses horários mais livres iam para as conversas políticas”, queixou-se. “Mas agora a gente não consegue, porque ele está viajando muito e quando está em Brasília a Janja toma conta”, acrescentou ao jornal O Globo.

Janja também vetou a presença de parlamentares viajando com o casal no avião presidencial. A primeira-dama também não aceitou a ideia de abrir o Palácio da Alvorada para caravanas de políticos — algo que fazia parte da rotina de Lula no primeiro e no segundo mandato.


Livro revela ‘quem é Janja’


O livro que foi lançado em 11 de maio dedica um capítulo para descrever as intromissões da primeira-dama no governo. A publicação conta que Janja já discordou até do ministro José Múcio durante as manifestações de 8 de janeiro.


Gosto por holofotes


A obra fala em atritos da primeira-dama com o PT por conta de sua exposição — e diz que em dezembro de 2020 Janja “começou a dar sinais de que não iria seguir aquele roteiro de discrição por muito tempo”.

Naquele mês, Janja acompanhou Lula em viagem a Cuba, onde ele participaria das gravações de um documentário — o Brasil vivia a segunda onda da pandemia. “A divulgação da viagem era tudo o que o PT não queria”, diz o livro. “Janja, no entanto, publicou cinco posts.”

Em outra passagem, o livro diz que “Janja não gostou” de não ter aparecido em registros do encontro de Lula com o presidente da França, Emmanuel Macron, no fim de 2021, “por decisão da assessoria do petista”. A responsável pela assessoria chegou a ser demitida.

A participação ativa da primeira-dama na campanha causou estranhamento entre lideranças do partido, “ciosas do controle do entorno de Lula”.

O livro narra uma visita de Lula a uma feira de agricultura familiar em Natal. Nela, o petista foi “agarrado por vários militantes”, o que fez com que Janja se irritasse e pedisse que a visita fosse interrompida, “deixando correligionários contrariados”. “A partir do incidente, o acesso a Lula tornou-se mais controlado”, observa o livro.


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