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  • Ely Leal

Entenda como empresas de fachada do agro movimentaram mais de R$ 100 milhões do tráfico e outros crimes em MT e GO

Criminosos começaram com golpes considerados mais "simples" até evoluírem para grandes roubos e criar as próprias empresas para lavagem do dinheiro do esquema

O grupo alvo da Operação Carga Pesada, por lavagem de mais de R$ 100 milhões, começou o esquema em 2020, com golpes considerados mais "simples", e evoluíram para desvios de grandes cargas de grãos até se tornarem donos de falsas empresas na área do agronegócio nos estados de Mato Grosso e Goiás para movimentar o negócio ilícito.

O grupo usava cerca de 60 empresas, sendo a maioria de fachada, para fraudar, desviar, furtar ou roubar carregamentos de grãos, além de esconder os valores ganhos por meio de crimes.


Como o esquema funcionava

O delegado responsável pelo caso, Pablo Borges Rigo, explicou que os criminosos começaram aplicando dois golpes: golpe do falso médico e golpe “benção tia”. Conforme as investigações, eles entravam em contato com a vítima e se apresentavam como médicos ou mandavam uma mensagem se passando por um parente próximo para aplicar roubos.

“Depois de um tempo, eles evoluíram para o desvio de cargas e começaram a aplicar golpes nas transportadoras e nos donos do caminhão ou de armazém de grãos. Eles desviavam a carga para entregar fora do destino e havia a receptação das cargas e, depois, o escoamento dos valores”, explicou.

Segundo a polícia, o esquema se tornou mais frequente, até que os criminosos decidiram fundar as próprias empresas e se tornar sócios de outras para conseguir receptar as cargas, fraudar os desvios e, principalmente, lavar o dinheiro.


A operação

Foram 422 ordens judiciais da Operação Carga Pesada cumpridas nas cidades de Querência, Canarana, Barra do Garças, Pontal do Araguaia, e também em Aragarças, Jussara, Goianira e Goiânia, no estado de Goiás.


A Justiça determinou os seguintes mandados:


  • 39 mandados de busca e apreensão

  • 97 quebras de sigilos fiscais

  • 97 quebras de sigilos bancários

  • 97 sequestros de bens

  • 18 sequestros de veículos

  • 21 suspensão de atividades de empresa

  • 14 manutenções de suspensão da atividade de empresas

  • 39 quebras de sigilo de dados

Durante as buscas, as equipes também apreenderam 122 kg de cocaína, escondidos em caixas no banco traseiro de uma caminhonete, em Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá. A quantidade de droga apreendida está avaliada em mais de R$ 10 milhões. Ainda de acordo com as investigações, o grupo criminoso tinha um grande número de empresas que escondiam os ganhos e movimentavam milhões.


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