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Disputa por Prefeitura caminha para polarização Ademir x Ulisses

Ely Leal

Ambos os pretendentes tem trunfos e obstáculos no caminho para substituir Léo Bortolin

Com o evento que promoveu e patrocinou neste sábado, 25, em Primavera do Leste, com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), o ex deputado estadual Ulisses Moraes (Podemos) vai se colocando no cenário político da cidade como a alternativa da oposição a candidatura do situacionista Ademir de Góes (União Brasil) na disputa eleitoral do próximo ano.

Conforme o Jornal ELNews havia antecipado no início da semana, no evento não haveria declaração explicita sobre a candidatura de Ulisses pois é fora do período eleitoral e poderia ter consequências, mas as manifestações implícitas de apoio não deixam dúvidas.

Duas constatações ficaram óbvias do evento. Ulisses construiu uma teia de apoio considerável em nível estadual para sua candidatura e ainda engatinha nas costuras locais, fato confirmado pelas ausências de outras lideranças municipais e do setor do agronegócio de Primavera do Leste.

Se pelo lado situacionista, a grande questão é fazer "decolar" o nome de Ademir de Góes que até aqui não tem empolgado a militância, do lado oposicionista é fazer o distinto público aceitar um candidato que sequer reside na cidade, onde aluga um apartamento para as constantes visitas que faz.

Tendo como principal cabo eleitoral na cidade, o ex vereador Adriano Carvalho, Ulisses Moraes costurou um apoio de peso no estado como o apoio dos deputados federais José Medeiros e Abílio Brunini e os Estaduais Gilberto Catani, Faissal e Cláudio Ferreira, todos presentes neste sábado no Aerodromo Municipal no hangar do sogro de Ulisses e seu principal financiador, Wilson Romanholi.

O encontro que contou com a participação total de cerca de 400 pessoas, teve pouca participação da classe politica local e de representantes do agronegócio.

Os dois segmentos importantes na política local, é uma prova que, se a pretensão de Ulisses se sedimentou na esfera federal e estadual, ainda carece de amarrar muitas pontas na cidade.

Essa virada de Ulisses Moraes no terreno local pode se dar com a posição do PL (Partido Liberal) na disputa. Com Jair Bolsonaro como maior trunfo, o partido pode ser o fiel da balança nas pretensões de Ulisses.

Desde de que foi retirado da esfera politica do Prefeito Léo Bortolin, por ação do Agro empresário Otávio Palmeira, o partido tem dito que terá candidatura própria a Prefeitura e de que vai unir a direita.

Desta posição do PL e da atual indefinição, pode-se fazer duas leituras. A primeira é que realmente pode lançar um candidato da Legenda, mas não deve unir a oposição, pois a posição de Ulisses parece ser definitiva em ser um dos candidatos. Assim, PL e Podemos podem ter caminhos distintos na disputa eleitoral, dividindo a oposição e com isso fortalecer o candidato da situação.

A segunda leitura é que a demora na definição do PL seja proposital para realmente apoiar mais a frente, o nome de Ulisses e ter um nome do partido como vice. Com isso o partido abandona a tese afirmada e confirmada de que foi retirado das mãos de Léo Bortolin para ter candidatura própria.

Caso o PL seja realmente coadjuvante na campanha de Ulisses, dificilmente vai atrair um partido que pouco tem se falado mas que tem enorme força politica na cidade. O Republicamos, que sob a Presidência do piloto de aviação Ozéias de Souza, tem em seus membros, nomes como Getúlio Viana, Zeca Viana, Gerson Polleto e outros.

Em qualquer desses cenários, quem se beneficia é o candidato da situação, cuja pretensão é pública desde a posse em 2021. Se oposição vier dividida, o percentual de votos necessários para ser eleito reduz de 50% mais 1. Se for 3 candidatos, o número mágico é de 33,33% mais 1. Se for 4 candidatos, esse percentual cai para 25% mais 1.

Candidato com a força da máquina da prefeitura na mão, apoio maciço do atual Prefeito e sem dificuldades financeiras, Ademir assiste de camarote a disputa na oposição e torce para que quanto mais candidatos melhor.






Ely Leal - Redação





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