Câmara blinda novamente vereador Nhonho e base aliada mostra impunidade dos seus

Pertencer a base aliada do executivo em Primavera do Leste é garantia de que não importa o que faça, será sempre blindado e protegido para agir e falar o que bem quiser

A base aliada do poder executivo na Câmara Municipal mais uma vez deu mostras de que seus integrantes estão liberados para fazer o que quiser, sem dar explicações a sociedade por seus atos.

O vereador Elton Baraldi - Nhonho (MDB) - chamou a população de "porca" e manifestantes de ato cívico de idiotas e um pedido para investigação de suas falas e motivações foi arquivada novamente pelos vereadores parceiros do grupo ideológico.

Elton Baraldi já havia sido blindado anteriormente, quando um pedido para investigar empresas de fachada do vereador, com claros indícios de superfaturamento, detinham contratos milionários com o Poder Executivo.

Mesmo blindado por seus parceiros, o Vereador foi investigado pelo GAECO que comprovou as irregularidades no contrato e para não ser processado e possivelmente preso, o vereador foi obrigado a assinar um "Termo de Não Persecução Penal", onde pagou pesada multa e se comprometeu a não mais participar de nenhum contrato com o Poder Executivo.

Nesta oportunidade, a parceria entre Executivo (que não cumpre de forma devida com o sua obrigação de não recolhimento de lixo na cidade) com o parlamento (que não cumpre sua obrigação de fiscalizar o executivo) resultou numa fala do parlamentar chamando a população de porca e manifestantes de "idiotas".

A fala se deu em aparte ao vereador Sérgio Crocodilo (União Brasil - Líder do Prefeito na Câmara), quando ambos reclamavam que a população colocava lixo e entulhos na rua, sem obedecer aos cronogramas da Prefeitura para descarte do inservível. Ocorre que a Prefeitura não tem um cronograma rígido e ninguém sabe quando de fato a equipe passa para recolher o lixo.

Ao defender seu parceiro, o Presidente Municipal do MDB e também vereador Manoel Mazutti, afirmou que realmente a população é porca (pedindo desculpas pelo termo).

A tentativa de compreender a fala enrolada do defensor do Nhonho, ficou algo entendido, de que a população deve deixar seus afazeres para ficar esperando o caminhão que recolhe lixo aparecer (aparição fantasmagórica e incerta), para só então correr atrás com o lixo para descarta-lo e se não o fizer, é porca mesmo.

Na sua fala, Mazutti deu ênfase no autor da denuncia, o ex vereador cassado Adriano Carvalho (Podemos), dizendo que a Câmara deveria evitar a volta de cadáveres e defunto aos assuntos do parlamento, ignorando que ex-vereador, cassado, também é um cidadão do município.

Para a base política do Prefeito Léo Bortolin (MDB), importante não é o que se fala, ou a gravidade da fala ou ato, mas sim quem a pratica e quem a denuncia. No Jargão jurídico, os vereadores votam pela capa do processo e não por seu conteúdo.

Se a denúncia é contra um membro do grupo que controla o poder na cidade, então este é blindado, protegido e impera a impunidade. Se for oposição, pode ser de crime prescrito, sem julgamento em plenário e sem ampla defesa ou por adjetivar de forma jocosa seus adversários políticos, é motivo suficiente para retirar o desejo dos eleitores que os elegeram.

É proibido para esta legislatura, ser oposição. Nhonho agradece.

Ely Leal - Redação