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Agente penitenciário morto a tiros por vereador em Cuiabá recebe homenagem e é enterrado

  • Foto do escritor: Ely Leal
    Ely Leal
  • 4 de jul. de 2022
  • 3 min de leitura

Colegas de profissão de Alexandre Miyagawa, de 41 anos, fizeram uma salva de tiros durante o enterro

O agente penitenciário Alexandre Miyagawa, de 41 anos, morto a tiros pelo vereador de Cuiabá, o tenente Marcos Paccola (Republicanos), na sexta-feira (1°), foi enterrado na manhã de ontem, domingo (3) sob homenagens de colegas de profissão.

A morte dele ocorreu na Rua Presidente Arthur Bernardes, Bairro Quilombo, em Cuiabá. O vereador responsável pelos disparos afirmou que passava pelo local e foi informado que Alexandre, também conhecido pelos amigos como ‘Japa’, estava armado ameaçando a companheira dele. A assessoria disse que o vereador chegou a dar voz de prisão, mas o agente teria reagido.

Em contrapartida, a namorada de Alexandre nega que tenha sido agredida ou ameaçada pelo companheiro. Ela afirmou que entrou com o carro na contramão para utilizar o banheiro da distribuidora e que algumas pessoas começaram a xingá-la no trânsito.

"Sai andando rápido para ir no banheiro na distribuidora e o 'Japa' tem mania de andar com a mão na camisa, mania de policial, tipo fazendo guarda atrás de mim e disse: 'amor espera'. Depois disso eu só vi ele caindo no chão", disse em um vídeo divulgado nas redes sociais.

O corpo de Alexandre foi velado na noite desse sábado (2), na Capela Santa Rita, no Centro de Cuiabá. Já o enterro foi no Cemitério Bom Jesus.

Um grupo de agentes penitenciários realizou uma salva de tiros no local, como forma de homenagear o colega de profissão.


Entenda o caso


Câmeras de monitoramento registraram o momento em que o vereador Paccola mata Alexandre. As imagens mostram o momento em que um veículo branco entra na contramão em alta velocidade. Conforme o vídeo, dois minutos depois, um carro preto para no meio da rua e o vereador desce do veículo com uma arma na mão.

Ele atravessa a rua e conversa com pessoas que estavam em uma distribuidora na esquina e depois vai até o local onde estava Alexandre e a namorada dele. A assessoria de imprensa do parlamentar afirmou que ele atirou após ouvir testemunhas de que o agente estaria armado e ameaçando a mulher.

“Ao chegar na esquina, somente quando visualizou o cidadão com uma arma em punho, atravessando a rua com uma mulher à sua frente, diante da cena de clara ameaça, se viu então obrigado a sacar a arma e verbalizou algumas vezes com o cidadão para largar a arma. Infelizmente, ao invés de atender a ordem, o cidadão fez menção de virar com a arma em punho em direção ao vereador, não restando outra opção, senão o de utilizar os meios necessários e proporcionais para o exercício da legítima defesa própria e de terceiros”, diz.

Segundo a namorada de Alexandre ele não estava com a arma na mão e sim na cintura.

"Era o celular. Nos vídeos dava para ver que a arma estava nele e tiraram. Ele estava com o celular porque estava o corpo, o celular e a carteira que estava caída no chão. Se ele tivesse com a arma na mão, como o vereador está falando, quando ele tivesse caído, a arma estaria lá, mas estava na cintura, então morto ele colocou na cintura? Depois ele estava falando que deu voz de prisão. Ele não deu porque eu vi", disse.

Ela informou que nunca havia sido ameaçado pelo companheiro e que eles se davam bem. Segundo a namorada, o vereador efetuou quatro disparos contra Alexandre. A Polícia Civil informou que investiga o caso.

A namorada dele postou um vídeo após a morte e colocou nas redes sociais. Assista abaixo.


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